R 6 — Frida Orupabo

Frida Orupabo ¹, artista norueguesa-nigeriana nascida em 1986, utiliza a colagem para questionar identidade, desconstrução e representação do corpo. Com formação em sociologia, sua prática emerge de experiências pessoais e da ausência de representações que expressem sua identidade racial e de gênero. Suas obras combinam fotografias de arquivos históricos, imagens digitais e elementos gráficos, criando composições que subvertem narrativas convencionais.

Ao sobrepor fragmentos desconectados, suas colagens tensionam visibilidade e apagamento, desafiando estereótipos e sugerindo novas leituras. A sensação de corpos em suspensão reflete deslocamento e instabilidade da identidade. Seu trabalho se expande no meio digital, fomentando debates sobre autoria, apropriação e memória visual.

Esse processo em sua obra não apenas denuncia a violência histórica contra corpos marginalizados, mas também propõe novas articulações visuais. Ao desconstruir e remontar imagens, Orupabo evidencia a multiplicidade da identidade e a resistência por meio da reapropriação. Seu trabalho ultrapassa a materialidade da colagem, incentivando um olhar crítico sobre os mecanismos visuais que moldam a percepção do corpo e da história.

Ao tornar a desconstrução central em sua prática, Orupabo questiona as narrativas visuais e como imagens são apropriadas, distorcidas ou ressignificadas. Seu trabalho ressoa com uma geração de artistas que usam a colagem e a desconstrução para desafiar estruturas de poder e evidenciar as tensões entre memória, identidade e representação.




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